"Mossad é um nome que
inspira terror, respeito ou ódio. Assim são designados os serviços secretos israelitas, cuja reputação lendária resultou de diversos actos de espionagem,
sabotagem e homicídios. Demasiado lendária: hoje em dia não há problema no
mundo islâmico que não seja atribuído às suas maquinações, desde protestos
populares até ao Onze de Setembro,
passando pela criação do Twitter e do Facebook…
Mossad – Espiões contra o Armagedão não é somente «mais outro» livro
entre os que têm surgido sobre a Mossad no mercado português. É um complemento
dos anteriores, acrescentando novas revelações. Os fascinantes relatos englobam
o «super-antivírus» informático utilizado para atrasar o programa nuclear
iraniano, a destruição da central nuclear de Saddam Hussein e as operações
homicidas contra terroristas de peso, figurões de ditaduras inimigas e, até
mesmo, um impiedoso nazi.
Os autores não colocam
a Mossad num pedestal: denunciam o abandono de vários agentes que perderam
utilidade, condenados a viver na pobreza ou na prisão, apesar dos preciosos
serviços do passado. Ou a colaboração com ex-nazis (!) e ditaduras árabes, cuja
retórica fortemente anti-sionista não passa de isso mesmo: apenas retórica. Sem
esquecer as mentiras ditas a amigos, fossem governos ou indivíduos.
O mito da
infalibilidade da Mossad é refutado pela denúncia de vários erros crassos: um
agente duplo que tantas informações forneceu aos soviéticos; um fala-barato com
muita imaginação e pouca informação, cujos falsos relatórios quase provocaram
uma guerra com o mundo árabe; um atentado falhado contra um alto membro do
Hamas, causa de uma humilhação pública e internacional, etc.
Todavia, é descrito o
patriotismo de vários agentes e o modo como, ao pertencerem a um Estado
diminuto num oceano árabe hostil, ainda hoje encoraja receios de um novo
Holocausto. Em suma, um livro de leitura rápida e compulsiva, apesar da sua
espessura!"
Pedro Rabaçal, autor de Os Grandes Ditadores da História, As Vidas de 30 Césares e 100 Datas que Fizeram a História de Portugal.
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